USP e instituto de pesquisa francês criam Centro Internacional de Pesquisa em Saúde Planetária

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Sediado no campus da USP em Piracicaba, este será o primeiro centro internacional do Instituto Nacional de Pesquisa em Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (INRAe)

A USP e o Instituto Nacional de Pesquisa em Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (INRAe, na sigla em francês) assinaram um convênio para a criação do Centro Internacional de Pesquisa (CIP) em Saúde Planetária, um laboratório internacional conjunto dedicado a explorar as interconexões entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. A cerimônia foi realizada no dia 28 de outubro, na sede do instituto, em Paris, na França.

O centro reunirá mais de cem pesquisadores franceses e brasileiros das áreas de ciências naturais, médicas, sociais e políticas. Com sede no campus de Piracicaba, este será o primeiro centro de pesquisa internacional estabelecido pelo instituto francês e o quarto na USP, que já conta com o Institut Pasteur de São Paulo, o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em inglês), o Centro de Micologia Médica da América Latina (CMM Latam) e o Centro Internacional para Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB, na sigla em inglês).

O centro será coordenado pelo chefe do Departamento de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Fernando Consoli; pelo professor do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Esalq, Severino Matias de Alencar; pela diretora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Carmen Silvia Fávaro Trindade; e pela diretora de pesquisa e especialista em pragas agrícolas do INRAe, Anne-Nathalie Volkoff.

Os objetivos do centro são desenvolver abordagens científicas integradas que conectem produção agrícola, meio ambiente, alimentação e saúde; construir uma rede de pesquisa franco-brasileira sustentável entre as duas instituições e seus parceiros; apoiar a formação conjunta e a mobilidade de jovens pesquisadores (doutorado e pós-doutorado); e promover soluções inovadoras para a sustentabilidade, segurança alimentar e prevenção de riscos à saúde.

As pesquisas serão desenvolvidas em cinco áreas temáticas: sistemas de produção sustentáveis: agroecologia, biocontrole, biodiversidade funcional; adaptação às mudanças climáticas: genética, modelagem, gestão de carbono; uso responsável de recursos: água, solo, bioeconomia circular; sistemas alimentares e nutrição preventiva: dietas saudáveis ​​e sustentáveis; e agricultura digital e sistemas alimentares: dados, robótica, IA e gêmeos digitais.

O programa se baseará em colaborações existentes entre a USP e o INRAe, uma das principais organizações de pesquisa do mundo especializada em agricultura, alimentação e meio ambiente. Desde 2017, mais de 430 publicações científicas conjuntas foram produzidas em áreas como ecologia, meio ambiente, microbiologia, ciência de alimentos e silvicultura.

Compromisso compartilhado

“Ao consolidar mais de 15 anos de colaboração entre nossas equipes francesa e brasileira, o IRC Saúde Planetária torna-se uma plataforma aberta para pesquisa e inovação em transições ecológicas, alimentares e de saúde e na adaptação da agricultura às mudanças climáticas. Ele incorpora o compromisso compartilhado entre o INRAe ​​e a USP de pensar e agir juntos pela saúde do planeta”, afirma o presidente do INRAe, Philippe Mauguin.

Para o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, “este novo centro marca uma importante parceria com o INRAe, uma das principais agências de financiamento de pesquisa da França na área da agricultura. O centro fomentará estudos de ponta em colaboração com a Esalq — atualmente o principal parceiro do INRAe ​​no Brasil — e a FZEA, bem como com o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) e com outras faculdades e unidades de pesquisa da USP que atuam na área de ciência de alimentos, como a Faculdade de Saúde Pública (FSP) e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF)”.

Segundo Carlotti, “a iniciativa certamente criará um ambiente internacional para nossos pesquisadores e permitirá o desenvolvimento de novos projetos colaborativos. Tenho certeza de que este será um esforço conjunto muito enriquecedor com o INRAe, que destacará ainda mais a força da nossa Universidade na produção científica e no desenvolvimento de soluções relacionadas aos cinco pilares do novo centro”.

Construção de um projeto

O centro é resultado do trabalho inciado em 2023, com a visita da diretoria da Esalq à presidência do INRAe e início das discussões para a criação do primeiro Laboratório Internacional Associado – o LIA Learn (Laboratory for Enhanced Agricultural Resilience through Multi-Organism Interaction Analysis), sediado na Escola.

Em 2024, durante a missão do presidente do INRAe à USP foi firmado um memorando de entendimento entre as instituições e lançada a proposta de criação de um centro internacional na USP. Foram realizadas atividades conjuntas para definir o projeto científico, concluído durante o workshop USP-INRAe, organizado pela Esalq, em julho de 2025, com a participação dos coordenadores de cada pilar que estrutura o IRC.

“É muito importante ver o resultado do envolvimento de mais uma centena de pesquisadores que se dedicaram à construção de um projeto em torno de um objetivo comum, pensando no futuro dos sistemas alimentares. Uma ideia lançada em 2024 que se tornou realidade”, avalia a diretora da Esalq, Thais Maria Vieira de Souza Ferreira.

O reconhecimento do IRC Saúde Planetária pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) está previsto para uma etapa posterior, com a previsão de financiamento de R$ 30 milhões ao longo de cinco anos, apoiando o lançamento operacional do centro em 2026, por meio de projetos conjuntos, programas de mobilidade científica e organização de escolas de verão e simpósios internacionais.

Fonte: https://jornal.usp.br/institucional/usp-e-instituto-de-pesquisa-frances-criam-centro-internacional-de-pesquisa-em-saude-planetaria/

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